sábado, 1 de outubro de 2011

CENÁRIO MENSAL

SETEMBRO
ü  A expectativa de recessão das grandes economias e o “default”  da Grécia foram as principais preocupações em curso no mês de setembro centralizando assim,  todas  as atenções dos mercados.
ü  Na tentativa de solucionar a crise, foi aprovado o fundo de resgate europeu garantidor da liquidez de bancos e países endividados, sem ainda uma solução mais concreta, para os gigantescos  déftis.
ü  A alta volatilidade de mais de 10% dentro do mês nas Bolsas Européias, retrataram bem o ambiente duvidoso no qual a economia da zona do euro vive e possivelmente  permanecerá em outubro.
ü  Depois de passado o pânico o preço do Ouro ajustou 17%, mas estando longe ainda de reverter à trajetória de alta  dado a continuidade de aversão ao risco no curto prazo, fazendo os investidores migrarem para os títulos públicos americanos, mesmo com juros “zero”, como porto seguro atual.
BOLSA
     O Ibovespa permaneceu em queda, sem pânico de Agosto, contaminado ainda pelo cenário externo de aversão ao risco. As expectativas são de continuidade do movimento ou leve estabilização, aguardando as mudanças no noticiário. O fechamento do mês com forte desvalorização de 7,38%, a 52.324 ptos, sugere cautela e manutenção defensiva para Outubro.
CÂMBIO
A turbulência da crise externa facilitou o BC na tentativa de valorizar o dólar. A procura pela moeda levou o dólar mudar de patamar substancialmente de R$ 1,59 para R$ 1,92. Difícil será manter o câmbio nestes níveis mas até que suavize a crise, o governo relaxará. Após rally de alta, a moeda americana fechou o mês  em  R$ 1,882, valorizando 18,14%.  
INFLAÇÃO
As mudanças na política de metas de inflação, pelo governo, mostram que o mesmo jogou a toalha este ano e agora o foco é 2012. As projeções de inflação do BC de 2011 saltaram de 5,8% para 6,4%. A expectativa agora quanto à crise externa é de contaminação, desaceleração do crescimento e redução da pressão de demanda para 2012.
JUROS
O BC tardamente vai pegar o “bonde” da redução dos juros já feita em 2008 pelo mercado internacional, assim até dezembro, teremos  mais cortes na selic que pode chegar a 11,00%a.a. A mudança de posição só foi implantada pelo BC, após o mesmo enxergar o desaquecimento econômico mundial em 2012. 
DOW JONES
O índice  DOW manteve a volatilidade de Agosto e praticamente com um movimento lateral  mostrou-se indefinido aguardando o desfecho da crise européia. O clima permanece pessimista dificultando a recuperação do  Dow Jones que fechou mais um mês seguido em desvalorização de 6,02%, a  10.913 ptos. A definição mais clara da tendência dependerá de soluções plausíveis  que atenuem os efeitos da crise econômica.

COMENTÁRIO  GESTOR
A aprovação pelo parlamento alemão sobre o Fundo de Estabilidade e Liquidez Econômica(FEEL)  pode dar um fôlego a mais a Europa, mostrando ao mundo que o bloco europeu está unido e manterá o euro como seu principal projeto político-financeiro não abandonando nenhum dos  17 países membros.  
Mesmo assim temos a certeza de que estes esforços não atingirão as mudanças estruturais necessárias no curto prazo tocando no “ponto nevrálgico” da crise, nos fazendo permanecer ainda, pessimistas  sobre as expectativas  de  uma  possibilidade  à frente de  um  “default”  grego.
As revisões constantes para baixo sobre a recuperação do crescimento econômico mundial podem deixar os mercados em Outubro sem atratividade, mas caso o consenso de recessão ganhe corpo, aí teríamos ainda muita volatilidade a cada notícia divulgada inibindo os investidores mais conservadores.
Neste ambiente incerto a estratégia mais coerente é continuarmos com as posições em setores de características defensivas, voltados ao mercado doméstico, que de certa forma possam atenuar impactos caso haja um agravamento do quadro externo, além de observar também, os desfechos dos principais protagonistas desta crise em suas decisões e conseqüências.  Assim, manteremos a cautela enquanto não notarmos a volta da confiança  e  do otimismo nos mercados acionários.

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